O lado inútil do amor

Não é sentimento, é maduro, racional, e está consolidado. É certeza. Você sabe que realmente ama. Você venceu uma série de dúvidas, superou traumas, enfrentou dificuldades, enfrentou os outros, driblou você mesmo, jogou sua carapaça fora, arrancou a camada de concreto que havia por debaixo dela, e se mostrou um ser humano, alguém capaz de nobres sentimentos. Aparentemente, tudo como deveria ser.
O problema é que amar não resolve tudo. 

Perdão, amar não resolve nada.

É que chega um momento em que não sabemos se Só amar é suficiente. Quando digo “só”, não estou dizendo que é pouco. Amar, na teoria, é tudo. 
Porém há algo que poucos vivem, poucos entendem, poucos assumem, e poucos vencem. É a hora de ver o que é maior, o que é mais forte: o amor ou as outras coisas (que eram pra ser só coisas…). O amor ou você, ou seu medo, suas mágoas, sua impotência, sua fragilidade, sua dor, seu ciúme, sua insegurança, seus conflitos, a distância, os acasos… 

Diante disso tudo, creio que seja compreensível dizer que basta amar…
É mais fácil e mais bonito.
Acreditar que o amor é aquela porção mágica, que por si só resolve tudo, é aquele formigamento e encantamento, é a força capaz de mover qualquer coisa, é aquilo que vai guiar os amantes, mesmo que eles não façam nada, mesmo que eles tentem desistir, é aquela força superior que vai manter os dois eternamente entrelaçados: o destino, a predestinação… 

Engraçado porque não se sabe se ele nos basta quando nos são colocadas coisas pequenas no caminho: de novo as coisas (que deveriam ser só coisas…).
O que o amor, o sentimento mais poderoso e mágico do mundo, faz por você diante disso? 

Ele não faz nada. 
O amor nunca foi alguém pra fazer algo. 
Ele nunca vai fazer. 

E aí eu me lembro de uma frase de um cara genial…
“Por que o amor, aparentemente tão doce, é tão prepotente e tão brutal quando posto à prova?”

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